Presidente de Belarus se gaba de ter ogivas nucleares no país: 'Não apenas uma dúzia'
Alexander Lukashenko deu declaração três dias após assinar um tratado com a Rússia que dá garantias de segurança ao país, incluindo o possível uso de armas nucleares russas para ajudar a repelir uma agressão. Vladimir Putin e Alexander Lukashenko
Grigory Sysoyev, Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, afirmou ter ogivas nucleares no país ao responder jornalistas nesta segunda-feira (10), três dias após assinar um tratado com a Rússia que prevê ajuda militar e oferece garantias de segurança ao país.
Lukashenko, que durante a cerimônia pediu publicamente ao presidente russo, Vladimir Putin, para ter acesso a novos sistemas militares como o míssil hipersônico Oreshnik, se gabou de secretamente ter levado as ogivas para dentro do país, segundo a agência de notícias local BelTA.
"Eu trouxe ogivas nucleares para cá. Não apenas uma dúzia. Muitos escrevem: 'Ah, isso é uma piada, ninguém trouxe nada'. Trouxemos. E o fato de eles dizerem que é uma piada significa que eles perderam. Eles nem perceberam como as trouxemos para cá", gabou-se.
Há três dias, Lukashenko recebeu o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no país para assinar o acordo, inclui o possível uso de armas nucleares russas para ajudar a repelir uma agressão.
O presidente bielorusso pediu a Putin que implantasse armas mais avançadas na Bielorrússia depois que os dois líderes assinaram o pacto de segurança e o colega russo respondeu que poderia enviar os mísseis Oreshnik no segundo semestre do ano que vem.
“Gostaria de pedir publicamente que vocês implantem novos sistemas de armas, principalmente Oreshnik, na Bielorrússia”, disse Lukashenko. “Isso ajudará a acalmar algumas cabeças.”
Putin e outras autoridades russas dizem que as armas nucleares russas que forem enviadas a Belarus, no entanto, permanecem sob o controle de Moscou.
No dia 19 de novembro, Putin assinou um decreto que flexibiliza o uso de armas nucleares após os Estados Unidos autorizarem a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance norte-americanos. O Kremlin ampliou o espectro das situações em que diz considerar legítimo o uso de seu arsenal nuclear pelo país e seus aliados, como Belarus.
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